Índice passou de 6,7% em maio, para 6,9% em junho, segundo pesquisa.
Frente a junho de 2014, população desocupada cresceu 44,9%.
Em junho, a taxa de desemprego seguiu em alta e chegou a 6,9%, o maior
índice para o mês desde 2010, quando a desocupação atingiu 7%.
Considerando todos os meses, a taxa é a mesma registrada em julho de
2010, e também a mais alta desde junho daquele ano.
Em maio, o desemprego havia atingido 6,7%
e em junho de 2014, 4,8%. Os números foram divulgados nesta
quinta-feira (23) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE).
A população desocupada somou 1,7 milhão de pessoas, não mostrando
variação em relação ao mês anterior. Já na comparação com o ano passado,
esse grupo cresceu 44,9%. De acordo com o
IBGE, esse é o maior aumento anual já registrado em toda a série da pesquisa, que teve início em março de 2002.
Por outro lado, a população ocupada, que chegou a 22,8 milhões, ficou
estável frente a maio, mas caiu 1,3% quando comparada a junho de 2014, o
maior recuo desde janeiro de 2013.
"Esse aumento [da taxa de desocupação na comparação anual] ocorreu pelo
fato de ter havido um crescimento muito elevado da população
desocupada, compartilhado com a queda na ocupação. Você tem uma ocupação
que cai e uma pressão pelo mercado de trabalho que aumenta. As
demissões se manifestam mais na queda da população ocupada", diz Adriana
Araújo Beringuy, técnica de Trabalho e Rendimento do IBGE.
Outra explicação que o instituto levanta sobre o aumento da taxa de
desocupação é o crescimento do número de "pessoas que antes não estavam
trabalhando e passam a entrar no mercado de trabalho na posição de
desocupados".
No setor privado, o número de trabalhadores com carteira assinada
também ficou estável no mês (11,5 milhões), no entanto, sofreu redução
de 2% diante do mesmo período do ano anterior. A população não
economicamente ativa ficou estável em 19,3 milhões de pessoas.
O desemprego ficou praticamente igual em todas as regiões analisadas em
relação ao mês anterior, conforme informou o IBGE. Porém, na comparação
anual, o desemprego aumentou em todos os locais.
No Recife, passou de 6,2% para 8,8%; em Salvador, de 9,0% para 11,4%;
em São Paulo, de 5,1% para 7,2%; em Porto Alegre, de 3,7% para 5,8%; no
Rio de Janeiro, de 3,2% para 5,2%, e em Belo Horizonte, de 3,9% para
5,6%.
Ganhos
O rendimento médio real dos trabalhadores ocupados subiu 0,8%, para R$
2.149,10 em relação a maio. Mas na comparação anual, ficou 2,9% menor (o
valor era então R$ 2.212,87). "Houve uma interrupção de queda mensal
consecutiva observada desde fevereiro de 2015. Contudo, permanece a
retração na comparação anual", analisou Adriana.
Passaram a ganhar mais os trabalhadores do Recife (2,2%); Belo
Horizonte e Porto Alegre (1,1%, ambos); Rio de Janeiro (0,8%) e de São
Paulo (0,7%). Já em Salvador, o rendimento diminuiu 0,7%.
Os trabalhadores dos ramos de comércio e serviços prestados às empresas
tiveram aumento salarial, mas os de construção e outros serviços
sofreram perdas.
O rendimento médio real também recuou para os empregados sem carteira
assinada no setor privado e subiu para os militares e funcionários
públicos e os trabalhadores por conta própria.